A Feira de Alimentos de Copenhague. Um brasileiro e uma romena se aventuram entre as delícias na Dinamarca.

[Quem tem amigos, tem tudo! O José Maria é um colega querido da época da faculdade de jornalismo e hoje mora na Dinamarca. Ele recebeu um convite para a Feira de Alimentos de Copenhague, foi e contou tudinho pra gente.  Uma dica: vale a pena clicar nas fotos para ver as comidas em detalhes- a não ser que você esteja de regime.]

“Ô tempinho bom para dormir. Chuva e aquele friozinho intenso, de bater o queixo mesmo, são um convite para ficar o fim de semana inteirinho embaixo das cobertas. Mesmo assim, eu consegui vencer a vontade de hibernar. Retirei disposição nem sei de onde, e acabei desengavetando um convite que recebi da minha loja favorita de queijos e vinhos para dar uma olhada na Copenhagen Food Fair (Feira de Alimentos de Copenhague).

E lá fui eu, todo encapotado, rumo ao Bella Center (Centro de Convenções) da cidade. Munido de curiosidade pela cena gastronômica local e internacional, uma máquina fotográfica e um estômago semi-vazio… às duas horas da tarde, gente!! Apaixonado pela boa mesa, minhas únicas expectativas eram de ter a chance de circular o máximo, catar informações sobre o que há de novidade e, é claro, degustar um pouquinho do que houvesse de mais saboroso por lá.

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A capital dinamarquesa, onde vivo há 12 anos, é uma cidade bacana, que ainda não faz parte do roteiro da maioria dos brasileiros (pelo menos, dos que eu conheço). Os atrativos são muitos. Tudo aqui é muito certinho, só vendo! Copenhague tem pouco mais de mil anos e, já faz tempo, ostenta uma das melhores qualidades de vida do mundo.  É também considerada a porta de entrada para uma possível visita aos países nórdicos. Na verdade, faz exatamente pouco mais de uma década que ela tem experimentado uma explosão de novos restaurantes, alguns deles bem re(NOMA)dos, que qualquer gourmet sonha em conhecer. Fica aqui o restaurante cotado como o número 1 do mundo – o Noma.

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Assim como eu mesmo fazia, antes de vir parar aqui, muita gente deve relacionar o nome da capital do Reino da Dinamarca a uma famosa marca de chocolates (Kopenhagen). E nao é pra menos! Essas delícias altamente viciantes, produzidas aqui, na minha opinião, não ficam nada a dever aos chocolates suíços ou belgas! Seja em barras ou bombons decorados e recheados, eu sou fã assumido… Acho tudo de bom para os olhos e para o paladar!

Cupcakedoces

Anca, José Maria e as delícias do mundo

Anca, José Maria e as delícias do mundo

Logo ao entrar feira, eu e Anca, uma amiga romena que me acompanhou, ficamos abismados com a quantidade exibida de vários doces, bolos, tortas e muitos, muitos tipos de chocalate de toda forma e em toda parte. Estes da foto foram os que eu mais gostei! Nem vou dizer quantos deles eu experimentei, deixando que derretessem na boca… Para minha surpresa, um dos stands estava promovendo uma marca de barras de chocolate preto orgânico, totalmente feito com cacau importado da Sul da Bahia. Tinha até com 100% de massa pura de cacau – o mais escuro que existe. Provei, mas não aprovei. Meu limite da ”amargura saudável” ainda é de, no máximo, 72%.100% cacau

Fiquei me perguntando se encontraria ali algum outro produto brasileiro…Qualquer outra coisa que pudesse me dar o gostinho da terra-natal. Cadê a presença de um dos maiores produtores de alimentos do globo? Pensei com meus botões. E fomos andando e petiscando por barraquinhas tentadoras de biscoitos, pães; vendo cozinheiros famosos, desses que têm programas na TV, dando show ao vivo… Até que veio a hora de uma pausa para um cafezinho. Os italianos estavam lá, com suas máquinas potentes de café expresso. Fomos conferir. Um cartaz indicava que o café usado era importado do Brasil… Num papinho informal regado a um copo de café latte com o barista, ele me revelou que a empresa importadora e torrefadora era italiana, mas os grãos, 100% arábica, eram todos oriundos de fazendas de Minas Gerais. Nada de novo!

máquina cafécafé dois

De azeites gregos, chás escoceses, salsichas polonesas, flores comestíveis da Holanda, confeitaria francesa, a livros e utensílios de culinária, bem, praticamente tudo em matéria de delicatesse podia ser encontrado, explicado, comprado e vendido durante os quatro dias de feira.  A maioria absoluta dos expositores era composta por pequenos e médios empresários da indústria de alimentos orgânicos, bem ao gosto dos europeus do Norte.

feira copenhaguehorta em casa

E eis que, por fim, chegamos à área mais restrita e disputada do lugar. VIP mesmo e cheia de seguranças, era onde estavam expostos e podiam ser degustados à volonté toda uma vasta gama de vinhos tintos, brancos e rosé. Fora a abundância de espumantes como o champanhe genuinamente francês, proseccos italianos e cavas espanholas, todos da mais alta qualidade. Havia muita gente especialista analisando atentamente cada gole. Nossos vizinhos, os argentinos, pareciam obter elogios com os seus Malbec de Mendoza. No stand dos espanhóis, era possível, ainda, beliscar fatias finíssimas de jamón ibérico, um tipo de presunto de textura, aroma e sabor muito singulares.

Jamonvinhos

Enquanto minha amiga Anca procurava por um vinho do Porto branco, junto aos portugueses, eu, que estou apenas engatinhando no meu parco conhecimento sobre o rico e fascinante universo dos vinhos, acabei achando a participação brasileira no lugar em que menos esperava. Sim, no setor de vinhos finos! Bateu aquele orgulho bobo, porém, inevitável. Eu reconheci logo o nome Vinícola Aurora. Uau! De Bento Gonçalves, na região serrana Rio Grande do Sul, para a ainda mais gelada Escandinávia…Vinícola Aurora

Que viagem massa!!!”

José Maria Nunes de Farias é jornalista e consultor na empresa Brazil Consultancy. 

45 comentários sobre “A Feira de Alimentos de Copenhague. Um brasileiro e uma romena se aventuram entre as delícias na Dinamarca.

  1. Nem precisei ir estar pessoalmente na Feira . Viajei na imaginação de seu interessantíssimo comentário. Degustei uns vinhos, saboreei ins quitutes, sorvi um delicioso capuccino, gostei de ver o Brasil (RS)representado, fiquei sabendo que o chocolate da nossa Bahia faz sucesso aí,e etc… precisa dizer mais? Adooorei! You is the bast!!!!AH, não poderia deixar de comentar que durante o meu “passeio” senti um frio danado, do jeito que gosto!Beijins Edméa Dall’Orto

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  2. Com o tempo, vamos enlouquecendo com tanta coisa densa! Ler esse texto, me deixou tranquilinha, tranquilinha!! Tudo de bom!! Linguagem com estética despretensiosa e as fotos ricas. De certo foi escrito com brilho nos olhos e sorriso mudo nos lábios!! Parabéns José! Fazendo valer o conceito da sofisticação da simplicidade!! grande beijo, volte logo por aqui!! Claudia Colares

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